domingo, 2 de outubro de 2011

Alter Ego


Vem derrepente uma confiança absurda em mim mesma, vontade de abusar das minhas facilidades e oportunidades, banalizar, utilizar qualquer meio para conseguir o que quero.

E eu não sei mesmo porque isso acontece. Alguns chamam de alter ego , mas talvez eu seja assim.
Louca, desvairada, irritadiça, inconstante, absurdamente provocativa. Ousada, arrogante, insana, covarde e cruel.

Mas porque o mestre me olhou, e me amou, Ele me deu uma chance. A oportunidade de parecer-me ao menos um pouco com Ele. Ganhei uma medida da sua bondade, do seu amor, uma porção da sua mente e de seus preceitos.

Falta-me ainda a paciencia, o perfume suave da calmaria do Pai.Talvez um dia eu alcance.
Inacreditavelmente, mesmo depois do resgate, ainda sou tomada por mim mesma as vezes. Tomada de toda a sujeira que me revestia antes. E me agrada por um tempo ser igual a todos, ser um pouco de mim, mesmo sem ser feliz.

Tranco meu Cristo no quarto escuro do meu esquecimento e rejeição, para que, olhando para sua cruz não me sinta envergonhada das minhas vestes de imundicie. E quando as vezes olho por uma fresta toda sua graça e misericórdia, seu amor me atrai para dentro. Aprisiono ali então meu eu, meu alter ego, no quarto escuro do esquecimento, e deixo que meu Senhor preencha-me por inteiro, desejando não rejeita-lo nunca mais.


Que Ele me proteja de mim.


Amém.