terça-feira, 15 de junho de 2010

Reflexões Igrejeiras


                           Por  J. Karen




No fundo a gente anseia por algo. Observamos a perfeição ao longe em um horizonte quase que inatingível e praguejamos nossa sorte de principiante.
  Na igreja todo mundo parece tão igual. Alinhados métricamente nos bancos marrons polidos semanalmente, somos bonecos de cera moldados pelo mesmo par de mãos.
A princípio nossa percepção capta apenas o que nossos olhos podem ver, filtrando qualquer informação subsequente.
 Tão iguais e tão diferentes. Basta só que um hino seja entoado em comum para que as vozes destoem, e a gente possa perceber que não há se quer um par que seja indêntico.
 O tempo se passa ali dentro, e a cada interação vamos nos distanciando mais ainda uns dos outros, até que sobre espaço ao nosso lado em cada banco preenchido.

Na igreja ninguém é normal. Mas cada um quer parecer o menos pior possível. Sim, temos a plena noção de quem somos, e isso nos assombra cada vez que levantamos para fazer nossas orações dominicais, pois nos damos conta de que são as únicas orações de toda a nossa semana egoísta. Na urgência de agradar a todos de nossa própria espécie, esquecemos do Senhor da espécie, aquEle que nos conhece ainda mais do que qualquer um.


Na igreja cada um tem sua própria identidade, história e memórias, que nem mesmo um século de sermões ou 987 músicas bem ensaidas podem alterar. Somos pessoas. Talvez pouco racionais ou um tanto inadequados, mas existimos nessa existência incrivelmente irônica e paradoxa.
 
  Que nossas justiças próprias e comodismos extremos não nos levem a considerar a criatura como se fosse mais importante do que o criador.


Fomos formados do pó da terra, e isso meus queridos, diz muito a nosso respeito.


Com amor e Valor, J. Karen

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