quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O que ficou pra trás...

        Por  J. Karen


Deixei algumas coisas para trás, pelo caminho, e continuo mesmo assim seguindo sem maiores problemas.
  Mantenho a cabeça reta e os olhos fixos no alvo, mas sempre que olho para trás eu as lembro, e lembro-me delas.

   Eu as analiso com certo cuidado, enquanto também sou avaliada. Posso voltar ou posso manter-me no caminho, elas aguardam minha decisão.
  Contraio-me em um sorriso quase agonizante de quem reconhece que perdeu e que quase se perdeu no mar das escolhas.
   Será que deixei para trás meu futuro? Será que encontrarei ali minhas tristezas e sorrisos?

  A melhor coisa então é olhar adiante e não titubear no percurso. Eu quis, amei, sofri, perdi, ganhei, desisti, resisti, mas de todas essas, ainda não morri. Permaneço.

  Tenho um tempo. Mas me despojo dele para receber o que é perfeito. Tal e qual me despojei das coisas que considerava ter perdido.
  Talvez seja lucro, talvez eu jamais tenha de fato perdido um caminho que nunca me pertenceu. Então, já não são mais perdas, são apenas "contratempos de uma filha teimosa e inquieta, que quer girar os ponteiros com as próprias mãos.


Muda Jesus, meu coração. Que eu tenha força para entender o que deixei para trás, e discernimento para reconhecer quando a hora finalmente chegar.



                                   
                                                                                     J. Karen

Um comentário:

  1. Muito bom, Jessica. Parabéns pelo seu texto. A vida é um constante descobrimento do que se tem pela frente; um constante "vir a ser". E para ir descobrindo e se descobrindo é preciso ir se despojando das coisas que para trás ficam... o tempo não volta. Mas o futuro nos abre horizontes maravilhosos, dependendo do que construímos no presente. Luis.

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