Tempestades e um Deus que se importa.

      Por J. Karen



Texto: ‘ Naquele dia, ao anoitecer, disse ele aos seus discípulos: vamos para o outro lado. Deixando a multidão, eles o levaram no barco assim como estava. Outros barcos também o acompanhavam. Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o barco, de forma que este foi se enchendo de água. Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: ‘Mestre, não te importas que morramos?
Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: ‘Aquiete-se! Acalme-se! O vento se aquietou, e fez-se completa bonança.
Então perguntou aos seus discípulos: Porque vocês estão com tanto medo? Ainda não tem fé?
Eles estavam apavorados e perguntavam uns aos outros : ‘Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? Marcos 4: 35- 41
Importar -> do grego opheilõ ” ter obrigação de fazer alguma coisa”. Indica uma necessidade em virtude da natureza do assunto sob exame. Uma obrigação moral.
O Barco: ‘ Em meados da década de 1980, uma longa estiagem levou ao rebaixamento do nível do mar da galiléia. E quando o nível da água estava mais baixo em janeiro de 1986, dois membros do Kibutz ( comunidade rural ) Ginnosar notaram que havia uma estrutura de madeira muito antiga na lama. Ao cavarem com as mãos, perceberam tratar-se de um barco de pescador.O barco, de cerca de 3x8 metros, abrigava em seu interior cerâmicas e lamparinas do primeiro século, datação confirmada pelo exame carbono14 da madeira. O uso de materiais baratos mostra a humildade dos pescadores da galiléia nos tempos de Jesus.’Não é difícil imaginar o desespero de uma situação como essa. Não estou falando de problemas amorosos ou de ordem financeira. Não se trata de problemas psicológicos ou familiares. Trata-se de um risco de morte iminente, transtorno e desespero por uma possibilidade real de dano físico.
Em outras palavras: haviam motivos suficientes para pânico, as coisas não estavam nada bem.
Um humilde barquinho em meio a tempestade, uma porção de homens apavorados e um homem com sono. O quadro era alarmante.
Algo precisa ser feito, e todos estão tentando fazer alguma coisa, por mais inútil que pareça, menos ele. ‘- O que há com ele? Como consegue dormir em meio a uma tempestade como essa? – alguém poderia ter questionado.Embora possa parecer um tanto quanto rude, é assim que agimos. Porque nada está sendo feito? Porque tenho que passar por isso? Isso lhe soa familiar?
Voltemos aos fatos. Eles esperam que Jesus acorde ao menos para partilhar do desespero deles. Algo parecido com revolta e apodera deles, e ao mesmo tempo, inferioridade. O sono tranqüilo e despreocupado de Jesus em contraste com o desespero dos discípulos.
Perceba então o que ocorre. Um pensamento torna-se inevitável: somos inferiores, estamos desesperados e vulneráveis. Isso torna tudo ainda pior.‘...porque vocês estão com tanto medo? Ainda não tem fé? ‘...
É quase como se Jesus estivesse dizendo a eles: JÁ NÃO DEMONSTREI MEU PODER? MESMO DEPOIS DE TUDO QUE APRENDERAM DE MIM, AINDA NÃO CONFIAM?
Quantos de nós, agimos da mesma maneira? Duvidamos de Deus, questionamos suas ações, desconhecemos seus propósitos e por isso, nos tornamos inseguros e instáveis.
Quando todos os esforços humanos dos apóstolos se mostram nulos, eis que Jesus resolve a questão. E com a resolução, ensina-nos uma grande lição: estamos confiando o suficiente?Poderia ter sido comigo, com você, com qualquer um de nós. Mas não. Não estávamos lá, mas estamos aqui, agora, passando por muitas lutas e perigos em um mundo tenebroso. E porque Deus sabia de todas as lutas que passaríamos, a bíblia registra esse acontecimento, e a razão é clara e maravilhosamente perfeita: quando você sentir medo, você não é o único. E principalmente, em toda e qualquer situação, VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO!